Essa é a questão de maior importância, pois o pragmático depende de uma capacidade pessoal muito grande de identificação desse em algumas situações, sobretudo na juventude. Pois na maioria das vezes somente numa idade mais avançada se vai verificar que muitas questões havidas desafiaram totalmente a lógica pragmática. Muitas pessoas ao longo da vida aceitarão essas questões como sendo naturais de seus próprios erros e seu processo de aprendizado. Mas se essa pessoa possui uma boa capacidade de compreensão lógica ela vai chegar à conclusão que sim, que houve muita coisa errada e que esses erros contribuíram para o ganho de experiência, mas que, enquanto não possuía as rédeas plenas ou bem apoderadas do seu Ser, eram forças agindo sobre o seu próprio Ser com objetivos específicos de acordo com as suas características e interesses, ainda que a serem despertados, e isso é bem diferente das noções de “fôrma”, pois não pode ser certo que, havendo uma “fôrma” para cada Ser, não seja possível mudar o conteúdo dessa “fôrma”, que implica mudar completamente o percurso.
É evidente que a história de muitos – ou alguns – seres leva a praticamente afirmar que estavam desde sempre numa “fôrma” sobre a qual só poderiam fracassar, e não mudar completamente um rumo de proeza. Sendo assim não é fácil em algum tempo identificar o que não é pragmático dependendo do que se almeja ou deseja. Eu sou das opções e opiniões de que só o que é concreto e prático pode algo substituir dessa natureza, ou complementar, estender ou transformar, os sonhos são imprescindíveis mas são extensões de um mundo prático, sem os quais não se pode avançar para muito longe. Eis aí onde entra o ganhar e perder da vida, de acordo com a melhor compreensão que cada indivíduo possui do tempo. Um indivíduo pode possuir os maiores sonhos do mundo, que no entanto vai conviver a maior parte do tempo num mundo prático e possivelmente de muitas decepções intercaladas, quando não, na verdade, uma interpretação superior mais sólida capaz de mostrar: “na verdade era isso que você queria e não sabia identificar”, pois não há nada mais inseguro e perigoso que o ato de sonhar. Eu, evidentemente, odeio isso, por isso sou pragmático o tanto que posso, um ser humano que não almeja muita coisa na vida. Mas, se me achar no mundo novamente numa “fôrma” de ilusões ou sonhos, farei de tudo até o meu último instante na vida, para mudar essa “fôrma” ou o conteúdo desta. Esse é o meu desafio como Ser Humano.
